O
dia virou noite e com ele chegou um frio nada comum por esses lados, o mais
incomum ainda, foi à chegada dos ventos gelados que vem não sei de onde.
De
repente tomaram conta de tudo e se misturando com a água que caia do céu se transformaram
em poças que se multiplicam em meio às ruas.
Sempre
gostei do céu que lentamente escurece vai perdendo o seu tom azulado, fiquei
por alguns minutos contando às nuvens que insistiram em permanecer ali e não
estão com pressa de ir embora.
Pareço
um menino olhando o céu cinzento por entre a grade e que estende a mão só pra
sentir a chuva. Coloco-me então para fora de casa, olho pro céu e sinto o frio
toque dos pingos se desmanchando no meu rosto. A chuva perde força, mas
continua ali, fina formando um manto que se assenta sobre a superfície terrestre.
O
som do vento nas arvores é sombrio, paro pra pensar um pouco, mas são
pensamentos pesados como as nuvens que estão naquele céu cinzento.
Ela
sempre aparece nos momentos bons ou ruins, mas todo esse silêncio me destrói.
Senti medo e não senti você, senti a chuva e o medo não passou. Aprendi com o
silêncio a ouvir os sons interiores da minha alma e dessa vez não ouço nada!