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segunda-feira, 30 de março de 2015

Vamos falar de originalidade?


Pode parecer estranho que ainda seja necessário falar de um assunto aparentemente epidérmico. Todavia, o momento é mais adequado porque sinto e vejo muita injustiça discrepante travestida de clamor por originalidade e acusações chegando via rede social e suas famigeradas indiretas.
No ambiente acadêmico (pelo menos nas licenciaturas) quase que a totalidade dos trabalhos monográficos é de revisão bibliográfica, quase nada é de fato original. E isso nem chega a ser um problema, pelo contrário é estimulado e enaltecido até. Então cabe a pergunta: Se você de fato não suporta que outros usem informações que supostamente são suas, que raios você faz em uma universidade revisando obras de outros?
Olha plágio é um assunto sério, plágio não é só um deslize acadêmico, plágio é crime previsto no Código Penal Brasileiro, e na lei 9610. Mas óbvio que em um ambiente que se propõe apenas a revisões o risco de tecnicamente plagiar é grande. Agora vamos usar um pouco de razoabilidade e concordar que se em um ambiente técnico de produção acadêmica o risco é grande, imagina com correntinhas de rede social.
Quando alguém escreve dizendo que falta água no Cantareira outro vem e repete, ainda que o segundo assine, acho deselegante acusar de plágio. Imputar crime a alguém é tão serio quanto o próprio crime. Sempre defendi que em nossos julgamentos precisamos do mínimo de discernimento, imparcialidade e principalmente razoabilidade. Não basta gritar indignação se nós mesmos um dia já agimos da mesma maneira, ou pior, quando um amigo age da mesma maneira e não falamos nada.
Porque além da fraude, do plágio e do chamado autoplágio, ainda existem outras praticas, como o retalhamento ou fracionamento da produção, a multiplicação dos autores e a combinação das citações (“eu te cito, você me cita”). Quanto a arranjos e combinações, certamente existem, abarcando lealdades institucionais, de indivíduos e de grupos, mas não é especialmente preocupante. O fracionamento da produção e o retardamento das publicações, que geram uma situação danosa para os rumos da pesquisa. Mas o que me assusta é o comportamento de proeminentes colegas atirando petardos virtuais, requerendo a autoria de textos genéricos e fracionados. A isso se soma o ‘requentamento’ e a repetição de publicações, que parecem ligados ao auto-plágio (termo pouco adequado, já que plágio é roubo e não faz sentido roubar de si mesmo, como ‘autoplágio’ sugere). Bastante difundidas, essas ações não são menos deletérias, exigindo também pronto combate.
Se me fosse permitido aconselhar meus amigos graduandos, diria que devemos fazer como acadêmicos de verdade que resolvem suas divergências em conversas civilizadas no banco de um bar com uma boa cerveja gelada. E não como adolescentes mimados e encantados com o fantástico mundo das indiretas em rede social.

Isso é originalidade.

quarta-feira, 18 de março de 2015

UEAP EM LUTA

Carta Aberta
A comunidade acadêmica, bem como toda sociedade amapaense presenciou na última semana uma intensa mobilização precedida de uma paralisação de professores, técnicos e acadêmicos do Campus II da Universidade do Estado do Amapá. Mais que apenas um fenômeno conjuntural, esse movimento demonstra a situação consternadora pela qual passa nossa universidade, e a insatisfação de todos. Vale ressaltar que o movimento é continuo, independente e doravante atenderá pelo titulo de UEAP EM LUTA.
O movimento UEAP EM LUTA gera um ambiente de estímulo à inovação, e um grito de indignação de quem historicamente fora excluído das principais decisões de nossa universidade. Vamos propor o diálogo sincero, plural e principalmente desarmado das paixões político-partidárias. Respeitamos e defendemos a liberdade política, sejam quais forem os posicionamentos. Contudo, nosso objeto de interesse é unicamente construir uma universidade forte e autônoma.
Sabemos que o momento político de nosso Estado é delicado, porém, a educação não pode esperar. Esta instituição que desde sua criação apenas funciona a contento, hoje oportunamente está abandonada à própria sorte. Nosso Movimento procura educar os participantes permitindo-lhes perceber a necessidade de enfrentar a atual situação e gritar: ‘’Basta!’’
No entanto, o caminho para essa quase revolução na organização atual de nossa universidade não é fácil, as dificuldades são imensas, mas a luta é de todos, e qualquer outra medida que não vá ao ponto essencial da questão, não será nossa bandeira. Ressaltamos que será visto como demagogia de governos, reitores, pró-reitores, conselhos e qualquer um que de alguma forma, se beneficiam das péssimas condições de ensino, pesquisa e extensão ofertados pela UEAP, quererem agora se apoderar de nossa luta.
Diante do exposto, nos dirigimos à comunidade acadêmica e convidamos a todos para juntarmos forças na transformação de nossa universidade. O momento é propício para a coletividade e assim, avançar nas pautas de luta. Estamos construindo um movimento sólido, plural, livre e principalmente único. 


Movimento UEAP EM LUTA