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quinta-feira, 16 de abril de 2015

DIZEM QUE SOU LOUCO POR PENSAR ASSIM!

Sei que alguns hábitos meus podem se – se as pessoas soubessem – ser confundidos facilmente com loucura ou simplesmente falta do que fazer. Entre esses hábitos, tenho o costume de sempre tentar dar o mesmo número de passos nas divisões da calçada, outra dessas excentricidades é que sempre fecho a porta da geladeira lentamente para conseguir ver quando a luz apaga. Mas ultimamente criei o hábito, mais assustador de todos, que é de dividir as pessoas em dois grupos distintos, bem, talvez com tanto sectarismo rolando solto por ai, isso nem é um hábito tão exótico assim. Contudo, os critérios que utilizo pra essa divisão é que podem impressionar vocês, mas não me julguem, apesar do aparente absurdo, muito pode se revelar dessa minha nova habilidade maniqueísta, é óbvio que apenas em um cenário epistemológico da filosofia da mesa de bar.
Então afirmo, por exemplo:
As pessoas se dividem entre os que quando trocam de roupa vestem primeiro a parte de cima e entre as pessoas que vestem primeiro a parte de baixo. Lembram que falei do aparente absurdo em meus critérios? Mas uma breve reflexão nos mostrará bem além do que nossa primeira opinião pode diagnosticar, assim, quando o sujeito encontra-se sem roupa, desnudo, fragilizado por seu estado natural de existência e tem que optar pela peça prioritária que vai cobrir sua intimidade, entra em ação toda uma construção de filosofias do senso comum e deliberações de seu estilos de vida mais intrínseca. Em um dos lados, os calceiros, a galera que prefere a calça à camisa. Suas defesas são por uma bandeira de normalidade, legitimando suas escolhas no tradicional papo moralista sobre o efeito agressivo que seria andar por aí sem calças. Na outra extremidade, os camiseiros, advogados voluntários do nada e de uma cultura de rebeldia sem causa. Seu argumento é a afirmativa eterna da contrariedade, contrariar para progredir.
Assustei vocês com o nível de filosofia em um ato que aposto passou despercebido tanto tempo heim? Mas não parei por ai, consegui fazer outra divisão, a galera que na universidade estaciona de ré e os que estacionam de frente. Esse foi até óbvio demais, os que gostam de estacionar de ré são pessoas mais versáteis, com habilidades diferenciadas no senso de direção e preparadas para as intempéries da vida. Os outros, a galera que vem de frente mesmo –acredito que a imensa maioria dos acadêmicos, professores e técnicos – é o tipo de pessoa que adora deixar o trabalho mais pesado sempre pra depois, adoram protelar as tarefas mais dificultosas que a vida nos oferece. É aquele pessoal que estuda só uma noite antes da prova, que fica torcendo pro professor adoecer e faltar. Só pra constar, é o mesmo pessoal, que na hora do almoço, come logo a carne ou o frango e fica o resto da refeição bicando o arroz e o feijão e sempre deixam muita comida no prato.
Ainda tem mais outras divisões e alguns outros hábitos estranhos, como por exemplo, sempre tomar água gelada depois do café, e ainda divido o mundo entre os que tomam banho de sandália e sem sandália. Contudo, é informação demais pra um único post, e meu medo é de parecer mais louco do que já pareço, e sei que alguém pode se opor as minhas divisões interpretações, respeito esse direito, mas podem ser atalhos, para a percepção mais divertida deste mundo, o meu mundo.
E, além do mais, o mundo é cheio de divisões e hábitos mais estranhos, não é? Tem um país que você compra um carro com seu dinheiro e ainda tem que pagar pra usá-lo, tem os que dividem as pessoas pela cor da pele, pela condição sexual, local de nascimento, pelo poder aquisitivo e até pela circunferência abdominal, bem, olhando assim, acho que o louco não é eu.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

APESAR DA VISÃO FULGURANTE CONTIDA NESSA NARRATIVA SOU APENAS UM ANJO CAÍDO EM UM MUNDO DEGRADADO, QUERENDO NÃO SER ANJO.

Nunca quis falar sobre o amor, já tem tanta gente falando, dizendo, explicando, dando suas características ao amor como se essas fossem parte inerente dele. Fora que não me agrada a ideia de alguém dizendo que é só mais uma postagem boba sobre amor. Entretanto, acho oportuno em momentos de maremotos afetivos falar sobre seus ventos, então escreverei sobre amor, sobre sexo e filosofia e deixo com vocês como interpretá-lo. 

Evidente que quando falamos de amor algo nos remete a afeição, amizade, família, ligação transcendental e claro, sexo. Um sentimento, uma sensação, um estado de percepção dos sentidos que faz com que os indivíduos afigurem o ideal de belo, digno ou superior. Mas, a nós vale ressaltar que o amor vai além das aparências estéticas e de ordem interior, a capacidade que só este sentimento tem de sobrepujar as formas físicas da aparência é que faz dele misterioso. Agora não posso esquecer que falei que iria usar a filosofia, e o que diz ela sobre o amor? Para Platão, o amor é a busca da beleza, da elevação em todos os níveis, o que não exclui a dimensão do corpo. Contudo, isso tem estrita relação com a filosofia em si, pois, nasce como um amor pelo conhecimento que faz sua morada na procura de mais conhecimento.

Então amor, ou amar é conhecer, até querer conhecer sempre. Mas isso é muito raso pra ser tido como um conhecimento filosófico, e poderia ser questionado se essa concepção ainda faz sentido em tempos de exagerado culto à coisificação do prazer? Mas será que essa concepção é de fato característica apenas dos tempos modernos? O arqueólogo Timothy Taylor no livro "A Pré-História do Sexo", diz que homens da Pré-História já distinguiam sexo de reprodução, usavam cosméticos naturais para incrementar a paquera, faziam sexo em posições bem diferentes do papai-e-mamãe e usavam até mesmo métodos anticoncepcionais. Pelo menos é isso é o que indica os estudos feitos baseado em objetos como estátuas e pinturas rupestres.

Então não seria uma característica na medida do aceitável, inerente do homem cultuar a aparência para agradar a pessoa amada? Algo que pode parecer inalcançável sempre motiva esforços para a mudança da situação avessa, uma busca constante de algo inatingível, o que no universo mais trivial do senso comum se acostumou ser atribuição do amor que Platão tanto falou. Esse é lugar comum na confusão do amor platônico com o amor não correspondido ou desprovido de interesse sexual. Na realidade, o filósofo não exclui o amor carnal, e sim o vê como um primeiro degrau (primeiro passo) que pode levar a outros mais elevados.

O patamar mais elevado seria o “Amor Essencial”, e óbvio que o caminho até esse estágio superior alguns outros degraus são necessários. E evidente que eles suguem nas relações entre indivíduos, sejam do sexo oposto ou não. Amor, essencial ou não, no primeiro degrau (sexo) ou no todo, é uma relação do eu com o outro, assim como a filosofia. Entendo que só existe filosofia porque enquanto humanos somos no plural, se fosse o contrario o nada seria. Como o humano é corpo e sentimento, ambos têm de estar integrados para que se possa ser em plenitude. Ao mesmo tempo, a existência é prática e acontece num tempo mediante um atuar. Ao tratar de procurar amor essencial com o sexo como primeiro passo, estamos, assim, tratando do sentir e do agir na esfera mais delicada de toda relação humana. 

Ainda em Platão, no mito da "parelha alada", o cavalo de mau gênio representa a concupiscência - o vício, a cobiça e as práticas sexuais exacerbadas. Na sua corrida indômita, ele desvia-se do caminho reto, levando junto o cocheiro e o outro cavalo. Nessa alegoria, o cocheiro representa o intelecto, que oscila entre os impulsos antagônicos dos dois cavalos: um obediente, que simboliza a coragem; o outro, rebelde, que guia-se pela extravagância dos sentidos. Na alegoria platônica nos dias atuais, o cocheiro (intelecto) perdeu o controle do seu carro. O corpo flana em uma fauna de prazeres, enquanto a razão desce as escarpas.

Não quero fazer parte de uma luta travada entre o amor das aparências contra o amor mais verdadeiro e imaterial, tudo o que desejo é poder celebrar as conquistas pontificadas pelas minhas especificidades, por minhas paixões, pelo conhecimento emancipador de meus limites. Evidentemente, essas ditas conquistas se fazem companheiras de uma libertação moral, sexual e afetiva sem precedentes. Como indivíduo contemporâneo não quero saber de enigmas, eu me inspiro em uma vida material que preencha todos os mistérios, todas as faltas. Minha libertação de afetos se chegou e serve bem ao meu plano de realização dos desejos, tomando como centro de tudo meu próprio corpo. É aí que se dá a encenação de minhas angústias.

Não nasci acabado e pronto para amar. Isso é um processo que se aprende com esforço e repetição, e ainda estou engatinhando no caminho do amor, e meu eu, quer apenas quem estiver consciência que o caminho é longo, difícil e pode assim como nas alegorias de Platão, acabar em uma caverna escura.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

CABOCLOS, MAMELUCOS, CAIÇARAS, CARIBOCAS OU CURIBOCAS NO DIMINUTIVO OU NÃO

Estou procurando, procurando. Estou tentando entender. Tentando dar esse ninguém a chance de mudar minhas péssimas impressões, mas...

Eu sempre procuro entender o que de fato as pessoas querem dizer quando elas falam ou escrevem, por exemplo: Porque alguém que adora fazer juízo arbitrário (sobre quase tudo pra ser bem especifico) se acha no direito de julgar suas paixões pessoais superiores? Porque algumas pessoas quando não tem a resposta esperada por sua pífia demonstração de conhecimento supostamente superior ficam consternadas e se empertigam ao ponto de desmerecer o desinteresse de outrem por suas idiossincrasias. 

Queria dizer a todos os Caboclos, mamelucos, caiçaras, caribocas ou curibocas no diminutivo ou não, que antes de escrever você deveria ter a clareza de que a maioria dos seus leitores podem não gostar do que você escreveu, ou não, e isso nem é necessariamente errado. Somos singulares e singulares também são nossas inclinações e evidente que nem tudo que lhe agrada deve agradar a todos. Agora não me venha com essa de que “escrevo pra mim mesmo”, se você escreve pra si mesmo, lhe dou um conselho: “compre uma agenda”. Ora, escreveu, publicou, enviou e compartilhou em redes sociais, me parece que não resta dúvida de que você não escreveu somente para si mesmo, e negar isso sim me parece fingimento ou querer aparentar saber, tentando esconder sua notória ignorância, transferindo para o leitor a responsabilidade pelas asneiras sofismáticas que insiste em compartilhar. 

Mais uma coisa, eu sei que a imaginação imaterial e mais verdadeira filosoficamente, porque age em conformidade com a vontade inerente do homem de criar e questionar pode causar temor, porém, caboclos, mamelucos, caiçaras, caribocas ou curibocas, se não quer responder perguntas não levante questões. Você não pode apenas apresentar suas verdades e virar as costas, ou melhor, até pode, mas não é cientificamente ou mesmo filosoficamente uma decisão acertada, até porque, esse tipo de comportamento só demostra que você não tem talento filosófico nenhum.

Mais uma Coisa, você acredita mesmo que escrever é um ato de inspiração? Você espera pela inspiração? Você é daqueles que só escreve inspirado? Uma dica meu jovem, você acha que o mecânico precisa de inspiração para consertar o seu carro? Acha mesmo que o professor precisa da porra de inspiração para dar aula? Você acha que qualquer outro profissional precisa de inspiração para trabalhar? Esse papo de inspiração é pra quem só escreve pra passar o tempo, é pra quem fica coçando o saco e pela inercia de uma vida inútil acha que sabe o que é escrever. Para escrever de verdade, não existe inspiração, existem ideias. Quer escrever por inspiração, vai psicografar. Quando você tem uma ideia, você deve botá-la no papel e trabalhar em cima dela. Só isso e esteja pronto para as criticas, elogios, dúvidas ou simplesmente indiferença.

Por fim, queria compartilhar com todos os caboclos, mamelucos, caiçaras, caribocas ou curibocas, que na maioria das vezes o que você escreve não desperta em mim nem a mínima inquietação, para mim não passa retalhos mal feitos, mal editados, sem semântica nenhuma, poética chula e profundidade filosófica zero. Mas é apenas a minha opinião, sou eu externando minhas conclusões que não tem a menor pretensão de serem levadas a luz como preces. O que vale e fica é sim o que você sente quando escreve. Agora se quer continuar achando que és o arauto do brilhantismo literário é um direito seu, mas respeite os que discordam disso, ou os que na maioria das vezes não dão a mínima pra seus escritos. É também um direito de todos não dar a mínima.