Ultimamente
tenho ouvido com maior frequência a seguinte afirmação: “É a maneira que você fala Fábio;
fica um tom de arrogância e passa a impressão de desmerecer as outras opiniões”
seguidamente tal afirmação é sempre imbricada de uma ideia dando conta de
um suporto desrespeito de minha parte. Vamos aos fatos: “EU NÃO CONCORDO!”.
Discordar
não é desrespeitar! E não existe aos olhos de quem é questionada uma maneira
perfeitamente educada de se afirmar que sua crença ou opinião é uma tolice. Reitero,
contudo que é tolice aos olhos de quem discorda não necessariamente uma tolice
de fato. Sei que habitualmente tentar contestar tudo e todos pode parecer
arrogante ou prepotente, mas o fato de maior preocupação deveria ser a da
aceitação sempre. Os circuitos de consagração social tem sua multiplicação
positiva na divergência e não na consonância.
Confesso
que minha voluntariedade em discordar sempre, pode causar certa antipatia dos
que convivem comigo, porém, nunca tive a menor intenção de estar absolutamente
certo em minhas afirmações. Minha única obrigação é em ser razoavelmente
claro sempre.
Consegui
sim ao longo de uma anódina trajetória social incorporar ao meu ser as mínimas noções
de polidez, agora a frase pode parecer piegas ou chargista, mas sua força
eficaz é incontestável: “Sou responsável pelo que eu falo não pelo
que você entende”. Desse modo, se me achar arrogante, prepotente ou
mesmo desrespeitoso, o mínimo que irei exigir, é que você seja capaz de
sustentar sua afirmação de maneira clara, coerente e minimamente inquestionável.
Discursos vazios, epidérmicos e sofismático não irão me saciar.
Sou
um homem de hábitos exóticos, não sou dado à passividade, nem a mesmice.
Entendo que os confrontos tem um papel fundamental na construção e
transformação do mundo. E Alguém pode sim se opor as minhas divisões e
interpretações da humanidade. Recusar isso seria incoerência minha. Meu
trabalho social é apenas de criar atalhos, para facilitar a compreensão de
minhas relações tão grandes e diversas. E, além do mais, só estou agindo assim efetivamente, porque não consigo ver critérios mais bem elaborados do que
os meus. O que tenho visto por aí, é um mundo firmado em cor, sexo, saldo
bancário, circunferência abdominal, local de nascimento, crença religiosa, é a
mesma história velha de sempre.
Irei
sempre tentar mostrar a impossibilidade de pensar todos no mesmo sentido e
direção, mas, sobretudo irei preserva o caráter relacional da noção de
perspectiva seja ela qual for. As minhas críticas são mais
uma tentativa de circunscrever uma dissonância de perspectivas diferentes sobre
a ação moral, suficientemente explorada pelos intérpretes envolvidos no
circuito social em questão. Só para depois, questionar tudo isso também.
“Sou
assim, mesmo sem ser ninguém serei sempre eu mesmo.”