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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Homem FUmaça


Penso
Vivo
Vivo inserido num tempo,
Num espaço suspenso
Só penso?
Não. Também sinto
Sinto o tempo que passa e com ele me vou como fumaça
Fumaça lenta, diluindo-se no espaço...
O que faço?
Penso
Vivo
Sinto
Tudo o que está em minha volta
Olho cada coisa...
E quase todas me causam revolta
Continuo fumaça lenta, diluindo-se no espaço
Mas o que faço?
Penso
Vivo
Sinto
Olho
E vejo um povo mudo com uma dor contida,
Mas não lhe tiro a mordaça,
Calo como quem cala numa causa perdida
E continuo fumaça lenta, diluindo-se no espaço.
Ainda sim, o que faço?
Penso
Vico
Sinto
Olho
Calo
E não falo, mesmo diante de tanta verdade
Também não ouço
Os que são atingidos por essa verdade
Então eu paro
Mas, continuo fumaça lenta diluindo-se no espaço.
Mas afinal, o que faço?
Penso
Vivo
Sinto
Olho
Calo
Paro
E fico perplexo com tantos rumos diferentes
Cada um conduz a um ponto
Um ponto que não existe você sente?
Paro
Olho em minha volta e o que vejo?
Um mesmo povo mudo.
Uma justiça de olhos abertos, com o polegar direito apontado
E mil estradas no mesmo espaço
Então corro, tentando fazer alguma coisa
Mas, continuo fumaça lenta diluindo-se no espaço
O que faço?
Penso
Vivo
Sinto
Olho
Calo
Paro
Corro
E não chego a lugar nenhum
Morro...
Morro fumaça lenta que nada fez
Morro homem fumaça que no espaço se desfez...

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