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terça-feira, 16 de setembro de 2014

VALORES, CRITÉRIOS, CONFLITOS E CONFRONTOS, O PODER SÓ EXISTE SE TRANSFORMA A SERVIDÃO EM FELICIDADE

Um dos valores mais importantes da história do homem é a capacidade de atribuir critério ao mundo, entenda antes que, o que chamo aqui de valor são exatamente os critérios escolhidos para viver, somos seres contingencias, e constantemente nos deparamos com várias vidas, várias possibilidades, e para encontrar a melhor precisamos de critérios, precisamos atribuir valor. Nesse caso, é claro que dependendo do critério que você utilize seus valores mudam. O problema seria então decidir qual o melhor critério, quais os valores mais adequados?
Alguém pode pressupor que os critérios que visem à felicidade seriam os mais adequados, e de fato isso seria uma resposta, contudo o que nos torna feliz é uma variável dependente das inclinações individuais, e nisso, reside outro problema. O que poderá fazer todos felizes? Sei que a felicidade não é um estado contínuo, felicidade é uma ocorrência eventual, a felicidade é episódica, se a felicidade fosse marcada pela perenidade não a sentiríamos chegar, a carência torna a felicidade eficaz. Mas isso não responde a pergunta, ainda teríamos a escolha de critérios que buscassem a felicidades de todos.
Nessa atribuição de critérios, obviamente uns valeriam mais e outros menos, criando uma relação de poder, e perceba, só existe relação de poder porque enquanto humanos, somos no plural, se fosse o contrário não existiria poder.
De posse dessas multitude e da autonomia de cada ser vivente, e tendo ainda de viver em harmonia com os demais, ainda que minimamente, poderia até concordar que o estabelecimento do poder é necessário. Ainda que seja para a organização desta harmonia ou mesmo como um risco para a mesma.
Nesse sentido, a convivência gera conflito, conflito enquanto divergência entre tantos aspectos vivendo na mesma sociedade. O conflito é parte inerente do mundo, e é diferente de confronto, confronto é a tentativa de anular o outro ponto divergente de você. De um ponto de vista mais divisório, o conflito é positivo quando ele leva a melhoria da condição de existência e a diminuição das dores de existir, e o confronto é sempre negativo. Sendo minimalista, diria: "o conflito busca convencer, o confronto busca vencer". Apesar se recorrente, diria ainda: "o conflito em nenhum momento deve se tornar confronto, porque no confronto há perda e no conflito há mudança".
Nessa construção dialética da história, o conflito entre os que detêm o poder e os que são submetidos a ele podem em partes criar uma síntese benéfica para a harmonia. Essa dialética entre o novo e o velho, a mudança progride e avança sobrepondo barreiras ditas necessárias, o que não pode é o novo que já vem contido no anterior, e carrega consigo as mesmas primícias do velho porque é assim que avançamos e crescemos.
Só vale deixar claro que “Avanço” e “crescimento” são palavras neutras, e não necessariamente boas. Ora, o câncer também avança as mortes no trânsito também crescem. Com isso percebemos que uma mudança de estado nem sempre é benéfica, há de se observar em que sentido progride tal mudança.

Agora atenção, um poder que se serve em detrimento de servir de fato não serve pra nada. A tarefa do poder é servir e não ser servida. O poder servindo-se do poder é que transforma os conflitos em confrontos.

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