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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

GRUPO POLITICAMENTE CORRETO?

Há algum tempo conheci por intermédio de um grande amigo, um autor que a primeira luz do conhecimento me pareceu muito prolixo e hermético. Meu orgulho mais latente me impediu de abandonar a leitura logo nas primeiras páginas, ainda bem, não demorou e fiquei impressionado com proposição na inversão da relação de desvendamento das aparências do saber, era um jogo complexo demais de imaginários simbólicos, quase um entrave inconsciente. Descobri depois que Bachelard foi um filósofo e poeta francês que estudou sucessivamente as ciências e a filosofia. Acho que essa mistura de poesia, literatura e filosofia é sempre algo surpreendente.
Na obra A psicanálise do fogo, Bachelard caracteriza algumas imagens simbólicas que são indicadas como complexos imaginários, chamados de “Complexo de Novalis” e o “Complexo de Empédocles”, os dois fazem relação ao elemento fogo, outro ponto de proficuidade conhecida quando o assunto é criar filosofia, que diga Heráclito e o devir.  
Se me permitem dizer, a tradição mais mecânica do pensamento filosófico brasileiro que sempre criou seus alicerces no privilégio de olhares dos seus titulados sobre os demais e meros mortais, fez sua escolha pela análise de cópias e interpretações repetidas da filosofia. Quando na verdade deveriam seguir o que GASTON BACHELARD brilhantemente indica, que é uma imaginação que se alimenta da vontade transformadora até mesmo da matéria. A imaginação imaterial é mais verdadeira filosoficamente, porque age em conformidade com a vontade inerente do homem de criar.
Hoje quando já estou iniciado na ciência jônica, me deparo com os defensores da filosofia politicamente correta, esse formalismo negligencia os aspectos materiais da vontade humana, corrobora com a repetição de filosofias epidérmicas da contemplação ociosa e subserviente. Nietzsche no preâmbulo de uma de suas obras mais brilhantes “o anticristo” diz que seu livro é destinado aos homens e mulheres mais raros e que não deve se misturar aos que se prestam somente a escutar, hoje todo de assalto sua frase e digo que a filosofia não deve se misturar aos subservientes de ouvidos em pé, e que a filosofia deve ser destinada aos mais raros sim.

E aos defensores da filosofia politicamente correta, poderia dizer que sinto pena, pois parece que vocês não tem talento filosófico nenhum, mas não vou dizer isso, só irei esperar que o fogo consumidor, transformador, rebelde e incerto da filosofia ainda possa tocar essas mentes rasas.

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