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quinta-feira, 2 de julho de 2015

PRA SER MELHOR É PRECISO SER PIOR!

Imagem meramente ilustrativa
Estive pensando em reciprocidade, em complacência, tolerância, transigência. Sobre o discurso e pratica o que pra alguns ainda é uma distância infinita, um abismo sem fim. Contudo, quero observar um aspecto que é mais importante, a disposição do espírito ao fazer ceder aos sentimentos, aos desejos de alguém. Atitude de uma pessoa que concorda com alguma coisa fazendo sentir que poderia recusar.
A maioria do que se fala é imbricado de hipocrisia. Os atos nunca condizem com o discurso, é o eterno problema da teoria versus prática. E a facilidade é sem dúvida o fiel da balança, falar é mais fácil do que fazer. Então vamos à pergunta que não quer calar: “Você é quem é ou o que diz que é?”.
Mas para isso é preciso entender um principio basilar de distinção entre esses dois aspectos. É imperativo investigar as condições que fazem você ser o que diz ser, e aquilo que determina “o que” você de fato é. Pode-se dizer, por exemplo, que a gasolina, é inflamável. Significa afirmar que ela possui potencial para pegar fogo, porém é preciso pelo menos uma faísca para que a potência se torne realidade de fato. E de fato você precisa ser uma pessoa que pode falar sem medo o que pensa, falar tudo, ser capaz de vociferar a verdade na cara de quem quer que seja, dizer tudo que acredita. E esperar que alguém faça o mesmo com você.
Mas é óbvio que agir assim vai gerar muitas vezes desconforto na maioria acomodada e hipócrita. Mas denunciar toda a falta de sentido da vida dos que se prestam somente a ouvidos deve ser a meta de quem se propõe a não ser somente mais um na multidão. Reciprocidade, complacência, tolerância e transigência não são fáceis de se praticar, é preciso coragem e uma dose de loucura. Peter Sloterdijk disse: “Numa cultura em que os idealismos empedernidos fazem da mentira a forma de vida, o processo da verdade depende da existência de pessoas suficientemente agressivas e livres (‘descaradas’) para dizer a verdade” (Crítica da Razão Cínica, p. 155).
Vamos ser descarados, agressivos sim, chega de tolhi nós mesmos, ter atitude, disposição de espírito pra reduzir o abismo entre a teoria e a prática. Ter paz entrevado, paralítico não é salutar, não é profícuo. Nossas atitudes precisam reverberar para além de nosso tempo. Precisamos sentir e viver a vida de uma maneira que possamos deixar o epidérmico, o superficial e fugir da hipocrisia.
O problema é que ainda hoje propagam-se idealismos empedernidos, cheios de hipocrisia e medo do conflito teórico, e nada disso ajuda pra nos tornarmos melhores, porque pra ser melhor é preciso ser pior! 


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