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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

NÃO CONSEGUI ESCREVER, NÃO CONSEGUI EXPLICAR, NÃO CONSEGUI DAR UM SIGNIFICADO.

Pensando bem nos últimos dias, foi obrigado a tentar escrever, a tentar interpretar, ou seja, dar um significado aos acontecimentos recentes sobre os refugiados na Europa. Oriundos principalmente do Oriente Médio e do norte da África, fugidos das guerras e da fome. São chamados de migrantes, refugiados, imigrantes ou candidatos ao direito de asilo. Quando conseguem chegar à Europa muitos viram alvo de rejeição e ódio xenofóbico, mas, só os que conseguem chegar. 

Milhares morrem na travessia do mar ou no caminho por terra, mas o acontecimento que invadiu meu coração e me fez cair em lagrimas foi à imagem da criança síria morta em uma praia da Turquia. A face mais cruel da crise migratória na Europa foi escancarada da maneira mais dolorosa possível, e enquanto os líderes europeus progressivamente tentarem impedir os refugiados e imigrantes de se protegerem no continente, mais e mais refugiados irão morrer em seu desespero para escapar da perseguição da fome e de séculos de guerras e exploração fomentada pela ganância deles próprios europeus.

Todo o horror da tragédia humana que vem acontecendo no litoral da Europa me fez pensar na “teoria da bondade natural de Rousseau”, se de fato as pessoas são naturalmente boas, por que estão tão más e cruéis? Como a natureza pode ser boa e mais a frente à crueldade ser levada a limites incalculáveis? Acho que esse foi o paradoxo fundamental da filosofia de Rousseau, ele seria até capaz de responder a questão, mas nada vai fazer aquela criança levantar e viver uma vida melhor ao lado de sua família. 

Disse que tentaria escrever, que tentaria explicar, tentaria dar um significado, mas confesso minha incapacidade, sou incapaz de olha essa cena daquele menino jogado sem vida, e não pensar que poderia ser um dos meus filhos, e o quanto a dor seria insuportável, inexplicável, imensurável. Mas a questão Conspícua é que já chega disso, é hora do mundo se unir e dar um basta nessa crueldade e obrigar a Europa a abrir suas fronteiras e impedir o genocídio.

É o mínimo que a Europa deve ao mundo depois de séculos de colonização, exploração, tráfico humano, exploração do trabalho, dos recursos naturais, séculos de racismo, séculos disso até arruinar países que eles consideravam culturas inferiores, e a cada década investindo em guerras, pra poder vender suas bombas e bombardear esses países até que cada cidadão resolvesse se arriscar no mar a fim de tentar fugir de seu próprio país de sua própria casa, com a esperança de um lugar melhor, mesmo tendo que aturar ódio e xenofobia.

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