Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma
organizada. A palavra vem do Latim societas, que significa "associação
amistosa com outros".
Todos sabem que viver em sociedade não é nada fácil, exige
muito de cada um, exige muita tolerância, respeito, mas respeito mútuo, não
basta exigir respeito e não respeitar.
Viver em uma sociedade é estar pronto para conviver com
pessoas e grupos diferentes, com gostos diferentes, com opiniões divergentes.
E em uma sociedade como as dimensões continentais como a
nossa as divergências são infinitas e o é preconceito imperante. Tem-se preconceito
com quase tudo: Negros, Pobres, Mulheres, Loiras, Nordestinos, Homossexuais,
Gordos, Magros, Baixos, enfim tudo é um motivo para descriminar e achincalhar
quem deveria ser o próximo.
Toda forma de preconceito discriminatório é vergonhoso e
estúpido e como tal deve ser combatido, mas queria falar de um preconceito bem
vivido e quase nem notado, o preconceito musical. Existem diversos estilos
musicais para diversos tipos de público, os quais atribuem seus gostos pessoais
e preferencias.
Até ai nada de mais, isso é natural, o problema é que muita
gente se acha no direito de dizer que seu estilo musical superior, mais correto, o
estilo correto. Assim usam seu gosto pessoal pra descriminar as pessoas que
gostam de estilos diferentes.
O preconceito musical é diferente dos outros tipos de
preconceitos, pois o preconceito referente à diversidade de estilos e gostos
musicais não é própria e puramente iniciada dentro da música. Em outras
palavras, o preconceito na música não se inicia com a própria música, sendo
apenas a extensão de outros tipos de preconceito que, por consequência, se
prolongam, não tão somente no Ramo, como também em outras formas de Arte.
Essa semana um professor de filosofia usou o trecho de uma
conhecida funkeira carioca em uma de suas provas e na descrição a trata como
grande pensadora contemporânea. Pronto foi o suficiente para desencadear uma
rede de insultos e criticas, tanto ao professor, quanto a própria cantora. Até
os que se intitulam intelectuais partiram para uma chuva de petardos virtuais.
Li um que resumia bem o nível do preconceito e da discriminação: “Chamar uma funkeira vulgar, imbecil e sem
talento algum de "grande pensadora" é pra acabar com o país de vez!”.
Não sou admirador do estilo musical em questão, e até concordo que o professor
poderia ter usado outros exemplos bem mais acadêmicos, mas isso não me dá o
direito de ofender o professor, tão pouco a artista.
Tanta ignorância e intolerância! Até pela Arte o Homem
consegue manifestar seu descontentamento desrespeitoso para com o outro... Eu
não quero dizer que não há música, de fato, maliciosa, apelativa, inconveniente
e até imprópria, mas quero dizer que, mesmo nestas condições, a ética (aliás, a
moral) deve sempre estar à frente de tudo, pois, se tal canção existe, a causa
está nas pessoas ouvem e interiorizam-na como Música.
Se você não gosta é um direito seu tecer criticas, só não confunda
ofensas, desrespeito e preconceito com críticas. A realidade é que não podemos
decidir o que os outros irão gostar, com o que irão se identificar o que irão
fazer. Enfim, não podemos - e não devemos - querer determinar como as pessoas
irão viver. Afinal, não gostaríamos que as outras pessoas fizessem ou tentassem
fazer isso conosco. Portanto, deixemos o preconceito de lado. Somos diferentes
e há estilos musicais diferentes. Ser diferente não significa ser inferior.
No mais é só “beijinho no ombro pro recalque passar longe”.
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