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quarta-feira, 9 de abril de 2014

A GRANDE PENSADORA CONTEMPORÂNEA

O que é Sociedade?

        Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma organizada. A palavra vem do Latim societas, que significa "associação amistosa com outros".
        Todos sabem que viver em sociedade não é nada fácil, exige muito de cada um, exige muita tolerância, respeito, mas respeito mútuo, não basta exigir respeito e não respeitar.
        Viver em uma sociedade é estar pronto para conviver com pessoas e grupos diferentes, com gostos diferentes, com opiniões divergentes.
        E em uma sociedade como as dimensões continentais como a nossa as divergências são infinitas e o é preconceito imperante. Tem-se preconceito com quase tudo: Negros, Pobres, Mulheres, Loiras, Nordestinos, Homossexuais, Gordos, Magros, Baixos, enfim tudo é um motivo para descriminar e achincalhar quem deveria ser o próximo.
        Toda forma de preconceito discriminatório é vergonhoso e estúpido e como tal deve ser combatido, mas queria falar de um preconceito bem vivido e quase nem notado, o preconceito musical. Existem diversos estilos musicais para diversos tipos de público, os quais atribuem seus gostos pessoais e preferencias.
        Até ai nada de mais, isso é natural, o problema é que muita gente se acha no direito de dizer que seu estilo musical superior, mais correto, o estilo correto. Assim usam seu gosto pessoal pra descriminar as pessoas que gostam de estilos diferentes.
        O preconceito musical é diferente dos outros tipos de preconceitos, pois o preconceito referente à diversidade de estilos e gostos musicais não é própria e puramente iniciada dentro da música. Em outras palavras, o preconceito na música não se inicia com a própria música, sendo apenas a extensão de outros tipos de preconceito que, por consequência, se prolongam, não tão somente no Ramo, como também em outras formas de Arte.
        Essa semana um professor de filosofia usou o trecho de uma conhecida funkeira carioca em uma de suas provas e na descrição a trata como grande pensadora contemporânea. Pronto foi o suficiente para desencadear uma rede de insultos e criticas, tanto ao professor, quanto a própria cantora. Até os que se intitulam intelectuais partiram para uma chuva de petardos virtuais. Li um que resumia bem o nível do preconceito e da discriminação: “Chamar uma funkeira vulgar, imbecil e sem talento algum de "grande pensadora" é pra acabar com o país de vez!”. Não sou admirador do estilo musical em questão, e até concordo que o professor poderia ter usado outros exemplos bem mais acadêmicos, mas isso não me dá o direito de ofender o professor, tão pouco a artista.
        Tanta ignorância e intolerância! Até pela Arte o Homem consegue manifestar seu descontentamento desrespeitoso para com o outro... Eu não quero dizer que não há música, de fato, maliciosa, apelativa, inconveniente e até imprópria, mas quero dizer que, mesmo nestas condições, a ética (aliás, a moral) deve sempre estar à frente de tudo, pois, se tal canção existe, a causa está nas pessoas ouvem e interiorizam-na como Música.
        Se você não gosta é um direito seu tecer criticas, só não confunda ofensas, desrespeito e preconceito com críticas. A realidade é que não podemos decidir o que os outros irão gostar, com o que irão se identificar o que irão fazer. Enfim, não podemos - e não devemos - querer determinar como as pessoas irão viver. Afinal, não gostaríamos que as outras pessoas fizessem ou tentassem fazer isso conosco. Portanto, deixemos o preconceito de lado. Somos diferentes e há estilos musicais diferentes. Ser diferente não significa ser inferior.

        No mais é só “beijinho no ombro pro recalque passar longe”.

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