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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

FAÇA O CERTO PORQUE É O CERTO

Existe uma passagem no Livro II de A República de Platão que narra a história de um anel que teria a capacidade de tornar invisível quem conseguisse virar o engaste para dentro. É a chamada parábola do Anel de Giges, um pastor que vivia a serviço do rei da Líbia e que após o ter salvado de um terremoto teria roubado de um cadáver o aludido anel, e ao perceber que poderia ficar invisível entrou no castelo seduziu a rainha e planejou a morte do rei para obter o poder.

Essa história me faz pensar nos motivos que estimulam ou coíbem o agir das pessoas. Se ninguém soubesse que fosse você, o que você faria? Mas assim como Giges, muitos costumam se comportar assim: agem bem se forem recompensados ou somente para parecerem boas pessoas, quantos não reduzem a velocidade somente próximo dos radares de fiscalização? É ação sujeita ao medo da punição. É a lógica da maioria das religiões, é o "agir bem" apenas pela promessa do paraíso ou pelo medo do inferno. 

As crianças e os animais irracionais agem assim, e como nós, supostamente civilizados e racionais, agimos da mesma maneira? Agindo apenas em vista do castigo eminente ou da promessa de recompensa. Para ser diferente precisamos de autonomia em nossas ações. Contudo, ela não nasce com o passar dos anos, a maturidade moral não é adquirida com o amadurecimento físico, é preciso um esforço ético para superar o egocentrismo imaturo e ascender à autonomia moral.

Faça o certo porque é o certo e não apenas porque precisa ser recompensado ou para se resguardar da punição, agindo assim, continuamos animais irracionais, ou apenas crianças com medo do cinto do papai.

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