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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Porque lutamos tanto?

A maioria de nós quando resolveu sair da zona de conforto e lutar, tinha bem delimitados os motivos pelos quais fazíamos isso. Era tão claro a necessidade de nossa luta para construir uma Universidade Forte. Então, fomos à luta, demos a cara a tapa, desafiamos os acomodados e expomos os que em larga medida sempre se beneficiaram do estado falido no qual se encontra a UEAP. Fomos por vezes metódicos como o sistema exigiu. Criamos uma pauta de luta, pontos dessa pauta, inúmeros pontos, e um a um eles receberam a promessa de solução. Nesse momento, recuamos, não queríamos passar por intransigentes ou radicais. Foi o nosso erro.

O tempo passou, as intensas atividades acadêmicas nos consomem e nossa luta foi esquecida. Vejam o caso das melhorias estruturais exigidas pelo Campus 2: Nada foi feito, aliás, nada não. Para tentar resolver o problema de acessibilidade, a administração da Universidade tirou os alunos com limitações físicas que estudavam no piso superior e os transferiu para o térreo, é a lógica da UEAP, melhor evitar que usem a escada, assim evitam serem carregados nos braços por outros colegas, assim ninguém vê, e se ninguém vê, ninguém fala. Apesar de cretino o plano, devo concordar que funcionou, os que outrora vociferavam autonomia hoje são coniventes. Foi proposto o aluguel de um novo prédio, maior, novo, com especial atenção à acessibilidade, levaram ao CONSU, precisavam de respaldo para dobrar o gasto com aluguel, foi aprovado, e prédio não foi alugado. Não foi e nem vai. Porque se fosse para ser já teria sido.

Querem me chamar de intransigente e de radical, pois chamem, sou mesmo. Não tenho tolerância pra canhalhas e mentirosos. A situação exige sim que sejamos radicais na luta por uma educação pública gratuita e de qualidade. O que foi feito para melhorar o acervo bibliográfico da universidade? E para garantir acessibilidade? Os Laboratórios de Designer? Os instrumentos do curso de música? O Restaurante Universitário? Os auxílios? Enfim... nada foi feito. Nesse ponto peço desculpa pela falha. Talvez alguns esperassem mais de mim. Eu mesmo esperava mais de mim. Todos sabem que eu tenho uma necessidade básica, tão importante quanto respirar: de lutar. Mas parei, me enganei com quem não achava que me enganaria. Mas o tempo para exigir as melhorias ainda é agora. Então façamos isso.

Vamos lutar pelo que é necessário, por aquilo que vale a pena lutar, por aquilo que se tem retorno. Nunca se luta em vão. Se você acha que não há motivos, então luta para pelo menos poder dizer: EU LUTEI! Tem uma frase que diz “certamente nem todos que lutam vencem, mas é certo que todos que venceram foi porque lutaram”. Nossa causa é justa, a educação é a base que sustenta a sociedade, é o ponto de partida para um novo Brasil, onde homens e mulheres poderão viver de forma digna e igual, uma hora venceremos. Vamos aderir a luta e pressionar o governo e a reitoria a cumprir a pauta de reivindicações.

Chega de silêncio, vamos gritar, gritar até incomodar a cúpula administrativa para que saiam de seus gabinetes e percebam que Universidade é construída na luta. Não vamos nos curvar e submeter nossa luta segundo os critérios de quem nunca precisou lutar por nada. Não mais vamos nos deixar enganar pelo falso discurso de autonomia por autonomia, se não está certo que tenha intervenção sim, ainda que a intervenção seja nossa. “Paz sem voz não é paz é medo”, e medo eu não tenho e espero que meus companheiros de luta também não, afinal porque lutamos tanto?

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