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terça-feira, 17 de novembro de 2015

NÃO PEÇA PRA ORAR, MAS SE VOCÊ QUISER ORAR, ORE!

Pra quem gosta de escrever, o momento de maior satisfação é saber que tem alguém lendo e gostando do você escreve. Mas o mais satisfatório é saber que existe alguém que quer saber o que você escreveria sobre algo ou alguma coisa, isso é impagável. Sobre os assuntos mais latentes do momento, escolhi não me posicionar, e o porquê é que em alguma medida sou leigo em relações internacionais e em consciência ambiental, logo meu julgamento estaria comprometido. Contudo, como já disse muito me agrada saber que alguém espera ler o que eu falaria, e, portanto, resolvi explicitar meus achismos.

O bom de me manter só observando nesse momento foi ler quase tudo que se apressaram em dizer, e isso que mais me assustou. Acha razoável afirmar que ao contrário dos países da Europa, Oriente Médio, África e Estados Unidos, nós (Brasil) não estamos em guerra, pelo menos não em uma guerra declarada, nossa guerra é institucional, nossa guerra é entre nós mesmos. E mesmo que isso seja tão ruim em números de violência e morte, nosso inimigo se confunde com os que deveriam nos proteger. Nosso povo – na maioria o povo negro – é amputado aos milhares nas áreas saqueadas pela ganância burguesa, o genocídio sofrido é imensamente maior que os números do terror ou de crises ambientais. E isso parece ser um caminho difícil de mudar e para alguns é até difícil de reconhecer.

Mas de repente um grupo extremista mata centenas de inocentes, e os distantes residentes no mundo virtual tentam transformar sua indignação em corrente de apoio às vitimas trocando as fotos de suas redes sociais. Foi o que bastou, para os que não concordam com isso começarem as criticas. Uns criticando porque em Minas tinha uma tragédia e o mundo não se importou. Outros criticam porque a França e todos os países imperialistas seriam os próprios responsáveis pelo terror, quando optaram em fomentar politicas perversas que massacraram o povo mulçumano. Enfim, logo as criticas passaram pra ofensas, e fim de amizades virtuais multiplicaram-se e coisas do tipo mostraram que a intolerância é mais comum do que se imagina.

E, como disse apesar de termos nossa própria guerra, o fato de não ser declarada é nesse aspecto bom. Se vocês são incapazes de aceitar que uma pessoa mude a foto do perfil dela, como que vocês reagiriam se estivéssemos em guerra? E sim, devemos nos compadecer com a dor que acontece dentro de nosso país, mais isso não pode nos cegar diante do que acontece fora. E que só porque o mundo não se compadeceu com a nossa dor, que devemos fazer o mesmo. Principalmente porque se você acha que nossa dor deveria ser sentida por todos, não agir com eles porque não agiram com você é no mínimo egoísmo e mesquinho. Vamos só respeitar a dor de quem quer que seja, e se eu escolher trocar minha foto por Mariana e não por Paris e vice e versa, respeite isso também, são dores diferentes, mas ambas são dores.

Pra mim é simples, não quer mudar a foto não mude, quer demostrar apoio a Mariana e não a Paris, faça também. Mas não queira determinar que todos façam tudo igual a você, é esse o ponto basilar de todo regime totalitarista e extremista. Não concordar é normal, julgar e querer se passar por superior porque pensa diferente é de uma imbecilidade sem igual. Você, suas crenças e opiniões não são nem nunca serão melhores que dos outros, só são diferentes. E diferente é normal.

PS. Mais uma coisa, não me peça pra orar por Mariana, por Paris ou por sei lá o que, até porque não sei se oro pro Deus dos terroristas que segundo eles os mandou matarem, ou se oro pro Deus de Mariana e de todas as vitimas que foi omisso. Não creio que orações ajudem, até porque todo terrorista quando vai se explodir, antes ele ora e pede ajuda. Mas se você quiser orar, ore! Mas eu prefiro procurar uma saída para meus problemas aqui mesmo, e não deixar que seres imaginários de fé resolvam.

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